Acolhimento e bem estar no atendimento odontológico humanizado:o papel da empatia

Autores

  • Maria Cristina Rosifini Alves Rezende
  • Maria Raquel Abdala Nascimento Egydio Lopes
  • Dreyf de Assis Gonçalves
  • Adriana Cristina Zavanelli
  • Renato Salviato Fajardo

Resumo

Os conceitos de acolhimento e bem estar são essenciais e indissociáveis para a promoção de saúde bucal, pois envolvem humanização e qualidade no atendimento. Ao acolhermos o paciente permitimos o relacionamento e a criação de vínculo entre o paciente e a equipe odontológica. O acolhimento gera relações humanizadas entre quem cuida e quem é cuidado, assegurando ao conceito de cuidar o sentido de refletir, pensar, interessar-se por, preocupar-se, considerar o outro. Ações de acolhimento na Odontologia podem ser consideradas como cruciais para melhorar a qualidade da assistência prestada e devem ser ensinadas e desenvolvidas durante a formação do profissional.  O bem-estar do paciente deve ser considerado mais do que o balanço entre satisfação das expectativas e dor – deve ser o ponto de partida para o plano de tratamento. A empatia, enquanto processo dinâmico que envolve mecanismos cognitivos, afetivos e comportamentais é reconhecida pelos seus efeitos positivos na promoção do bem estar do paciente. O presente trabalho tem o objetivo de, orientado pela revisão de literatura, construir algumas considerações sobre o papel da empatia no acolhimento e bem estar no atendimento humanizado em Odontologia. Sugere-se ampla reflexão sobre a necessidade do reconhecimento do paciente como coparticipante em seu processo de promoção de saúde assegurando assim acolhimento e bem estar alicerçados em um elo empático capaz de nortear as ações para o cuidado.

Descritores: Promoção da Saúde; Humanização da Assistência; Recursos Humanos em Odontologia.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Schneider DG, Manschein AMM, Ausen MAB, Martins JJ, Albuquerque GL. Acolhimento ao paciente e família na unidade coronariana. Texto contexto - enferm. 2008;17(1):81-9.

Boff L. Saber Cuidar: Ética do humano: compaixão pela terra. 8 ed, São Paulo: Vozes, 2002.

Waldow VR O cuidado na saúde: as relações entre o eu, o outro e o cosmos. Petrópolis: Vozes, 2004.

Carvalho ARS, Pinho MCV, Matsuda LM, Scochi MJ. Cuidado e humanização na enfermagem: reflexão necessária. 2º Seminário Nacional Estados e Políticas Sociais no Brasil. 13 a 15 de outubro de 2005, Unioeste, Campus de Cascavel.

Martin LM. A ética e a humanização hospitalar. In: Pessini L, Bertachini L (eds.). Humanização e cuidados paliativos. São Paulo: Edições Loyola; 2004. p.31-50.

Stefanelli MC, Carvalho EC. A comunicação nos diferentes contextos da enfermagem, São Paulo: Manole; 2005.1-8.

Molyneux D. And how is life going for you?’’—an account of subjective welfare in medicine. J Med Ethics.2007;33(10):568-82.

Sus e Organizadores , Política Nacional de Humanização, 1ª edição, 2004.

Brasil. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CES 3, de 19 de Fevereiro de 2002. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Odontologia, Brasília, 19 fev. 2002. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/ cne/arquivos/pdf/CES0320 02.pdf.

Guerra CT, Bertoz APM, Fajardo RS, Alves Rezende MCR. Reflexões sobre o conceito de atendimento humanizado em Odontologia. Arch Health Invest. 2014; 3(6): 31-6.

Falcone EMO, Ferreira MC, Luz RCM, Fernandes CS, Faria CDA, D'Augustin JF, et al. Inventário de Empatia (I.E.): desenvolvimento e validação de uma medida brasileira. Aval. psicol. 2008;7(3):321-34.

Davis MH. Measuring individual differences in empathy: Evidence for a multidimensional approach. J Pers Soc Psychol. 1983;44(1):113-26

Hojat M. Empathy in Patient Care: Antecedents, Development, Measurement, and Outcomes. New York: Springer; 2007.

Davis MH. Empathy: a social psychological approach. Madison: Brown & Benchmark Publishers; 1996. (Social Psychological Series).

Lipps, T. (1903). Einfühlung, innere Nachahmung und Organempfindung. Archiv für die Gesamte Psychologie, 1, 465-519

Freud S. A Interpretação de Sonhos. SE; 1976.

Köhler,W. The Mentality of Apes. 2nd ed. London: Routledge & Kegan Paul; 1948.

Mead G. Mind, self and society. Morris; Chicago, 1934

Hoffman ML. Personality and social development. Annu Rev Psychol. 1977;28:295-321.

Bacellar A, Rocha JSX, Flôr MS. Abordagem centrada na pessoa e políticas públicas de saúde brasileiras do século XXI: uma aproximação possível. Rev NUFEM. 2012;4(1):127-40.

Larson E, Yao X. Clinical empathy as emotional labor in the patient-physician relationship.J Am Med Assoc. 2005; 293(9): 1100-6.

Jackson PL, Meltzoff AN, Decety J. How do we perceive the pain of others? A window into the neural processes involved in empathy. Neuroimage. 2005; 24(3): 771-9

Fields SK, Hojat M, Gonnella JS, Mangione S, Kane G, Magee M. Comparison of nurse and physicians on an operational measure of empathy. Eval Health Prof. 2004; 27(1): 80-94.

Hojat M, Gonnella JS, Nasca TJ, Mangione S, Vergare M., Magee M. Physician empathy: definition, components, measurement, and relationship to gender and speciality. Am J Psychiatry. 2002; 159(9): 1563-9.

Aring CD. Sympathy and empathy. J Am Med Assoc. 1958; 167(4): 448-52.

Carrasco D, Bustos A, Díaz V. Orientación empática en estudiantes de odontología chilenos. Rev Estomatol Herediana. 2012; 22(3): 145-51.

Garbin CAS, Garbin AJI, Dossi AP, Macedo L, Macedo V. O tratamento odontológico: informações transmitidas aos pacientes e motivos de insatisfação. Rev Odontol UNESP. 2008; 37:177-81.

Mota LQ, Farias DBLM, Santos TA. Humanização no atendimento odontológico: acolhimento da subjetividade dos pacientes atendidos por alunos de graduação em Odontologia. Arq Odontol. 2012;48(3):151-8.

Nique-Carbajal C. Orientación empática de estudiantes de odontología de una universidad peruana. Kiru. 2013;10(1): 49–54

Silva MG, Arboleda Castillo J, Diaz Narvaez, VP. Orientación empática en estudiantes de odontología de la Universidad Central del Este. Odontoestomatología. 2013;15(22):24-33.

Rivera I, Bulboa RA, Arancibia AZ, Patricio V, Narváez D. Evaluación del nivel de orientación empática en estudiantes de Odontología. Salud Uninorte. 2011;27(1):63–72.

Tavakol S, Dennick R, Tavakol M. Psychometric properties and confirmatory factor analysis of the Jefferson Scale of Physician Empathy. BMC Med Educ. 2011;11:54 doi: 10.1186/1472-6920-11-54

Silva Urday H1 , Rivera Ugalde I2 , Zamorano Arancibia A3 , Díaz Narváez VP4. Evaluación de los niveles de orientación empática en estudiantes de odontología de la Universidad Finis Terrae de Santiago, Chile. Rev Clin Periodoncia Implantol Rehabil Oral. 2013;6(3):130-3.

Ugalde IR, Bulboa RA, Arancibia AZ, Narváez VPD. Evaluación del nivel de orientación empática en estudiantes de Odontología. Salud Uninorte. 2011; 27 (1): 63-72.

Morales HS. Estudio del nivel de empatía y motivación de logro de los alumnos de la carrera de odontología de la Universidad de Concepción. Rev Educ Cienc Salud 2012; 9(2):121-5.

Lahti S, Tuitti H, Hausen H, Kaarianen R. Dentist and patient opinions about the ideal dentist and patient, developing a compact questionnaire. Community Dent Oral Epidemiol. 1992;20: 229-34.

Lanning KS, Ranson LS, Willett MR. Communication Skills, Instruction utilizing interdisciplinary Peer Teachers: Program development and student perceptions. J Dent Educ. 2008;72(2):172-8.

Smith M, Dundes L. The Implications of Gender Stereotypes for the dentist-patient relationship. J Dent Educ. 2008;72(5):5562-70.

Sherman J, Cramer A. Measurement of Changes in Empathy During Dental School. J Dent Educ. 2005;69(3):338-45

Falcone EMO, Gil DB, Ferreira MC. Um estudo comparativo da freqüência de verbalização empática entre psicoterapeutas de diferentes abordagens teóricas. Estud psicol. 2007; 24(4):451-61.

Ickes W, Gesn PR, Graham T. Gender differences in empathic accuracy: Differential ability or differential motivation? Pers Relatsh. 2000;7(1):95-110.

Ansuj AP, Zenckner CL, Godoy LP. Percepção da qualidade dos serviços de odontologia. In: Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 25. Anais. Porto Alegre, 2005.

Abrams RA, Ayers CS, Petterson MV. Quality assessment of dental restorations: a comparison by dentists and patients. Community Dent. Oral Epidemiol. 1986;14(6):317-9.

Oliveira FHPRO. Avaliação de vínculo odontológico dos pacientes do Sistema Único de Saúde em uma Unidade Básica de Saúde de Taquaritinga-SP [monografia]: Piracicaba, Universidade Estadual de Campinas; 2008.

Downloads

Publicado

2015-10-19

Como Citar

Alves Rezende, M. C. R., Lopes, M. R. A. N. E., Gonçalves, D. de A., Zavanelli, A. C., & Fajardo, R. S. (2015). Acolhimento e bem estar no atendimento odontológico humanizado:o papel da empatia. ARCHIVES OF HEALTH INVESTIGATION, 4(3). Recuperado de https://www.archhealthinvestigation.com.br/ArcHI/article/view/904

Edição

Seção

Artigos