Experiência de um hospital de referência com o retalho livre anterolateral da coxa na reconstrução de extremidades

Autores

  • Nikolas Higa Benites
  • Guilherme Leipner Margatho
  • Fernanda Ruiz de Andrade
  • Luis Guilherme Rosifini Alves Rezende
  • Amanda Favaro Cagnolati
  • Alex Eduardo Calderón Irusta
  • Nilton Mazzer

DOI:

https://doi.org/10.21270/archi.v9i1.4911

Resumo

Introdução: Com a evolução da microcirurgia ao longo dos anos o Retalho Anterolateral da Coxa vem se tornando uma das principais opções para reconstruções na cabeça, pescoço, tronco e extremidades devido sua versatilidade e confiabilidade. Objetivo: Descrever dados de um hospital terciário referência em trauma na reconstrução de extremidades com o Retalho Anterolateral da Coxa. Método: Este é um estudo retrospectivo de 18 retalhos Anterolateral da Coxa microcirúrgicos realizados entre Março de 2016 e Outubro de 2019 em pacientes de todas as idades, na reconstrução de membros, onde se observou dados referentes ao paciente: idade, sexo, membro acometido, tempo entre a lesão e a confecção do retalho; ao intraoperatório: anatomia dos vasos perfurantes, tempo cirúrgico total, vasos receptores utilizados; e informações do pós-operatório: número de cirurgias relacionadas ao retalho, necessidade de reabordagem e número de perdas. Foram excluídos pacientes que perderam seguimento ou que apresentaram dados do prontuário incompletos. Realizou-se estatística descritiva e cruzamento de algumas variáveis utilizando o teste t-Student. Resultados: Nas reconstruções houve predomínio de pacientes do sexo masculino (72%), em idade produtiva, de etiologia traumática e nos membros inferiores. O tempo médio até a reconstrução foi de 21 dias e o tempo cirúrgico foi de 384 minutos. O paciente permaneceu, em média, 39 dias internado. Dos 18 retalhos, 3 evoluíram com necrose, 2 por trombose arterial e 1 por infecção. 6 retalhos necessitaram de reaborgadem de emergência, 3 por sangramento, 2 por congestão e 1 por infecção. Foram realizadas uma média de 3 cirurgias até a alta. Foram identificadas 15 perfurantes miocutâneas (83%) e 3 septocutâneas (17%). A análise do sucesso do retalho em relação ao tempo cirúrgico e dos dias até a cirurgia não mostrou significância estatística, assim como a necessidade de reabordagem em relação ao tempo cirúrgico. Conclusão: O retalho Anterolateral da Coxa mostrou-se confiável, além de apresentar diversas vantagens como: por ser retirado com uma grande ilha de pele, apresentar pedículo longo, vasos de bom calibre, não necessitar de mudança de decúbito e apresentar baixa morbidade da área doadora.

Descritores: Retalho Miocutâneo; Microcirurgia; Hospitais Especializados.

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Publicado

2020-07-16

Como Citar

Benites, N. H., Margatho, G. L., Andrade, F. R. de, Alves Rezende, L. G. R., Cagnolati, A. F., Irusta, A. E. C., & Mazzer, N. (2020). Experiência de um hospital de referência com o retalho livre anterolateral da coxa na reconstrução de extremidades. ARCHIVES OF HEALTH INVESTIGATION, 9(1). https://doi.org/10.21270/archi.v9i1.4911

Edição

Seção

Artigos Originais