Ruído no lazer: uso de estéreos pessoais com fones de ouvido durante atividades físicas

Autores

  • Pollyana Nascimento Diedio Departamento de Fonoaudiologia, Universidade Estadual do Centro-Oeste, UNICENTRO, Campus Irati, 84505-677 Irati- PR, Brasil https://orcid.org/0000-0003-3505-2057
  • Mariane Amaral Professora colaboradora no curso de Fonoaudiologia da Universidade Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO) na área de Audiologia. Doutoranda no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Desenvolvimento Comunitário da UNICENTRO Campus Irati, 84505-677 Irati- PR, Brasil https://orcid.org/0000-0001-8501-8186
  • Juliana De Conto Pós-doutorado em Distúrbios da Comunicação. Doutora e Mestre em Engenharia de Produção na área de Ergonomia pela Universidade Federal de Santa Catarina (2009), Especializada em Audiologia Clínica, graduada em Fonoaudiologia pela Universidade do Vale do Itajaí (1996) e Ciências Matemáticas pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (1988). Atua na área de Fonoaudiologia, com ênfase em Audiologia. Pesquisa de interesse: Ergonomia, Gestão da Informação em Saúde Coletiva, Fonoaudiologia, Audiologia Clínica, Audiologia aplicada à Saúde do Trabalhador, Controle de Ruído, Ruído Ambiental, Docente da UNICENTRO, Campus Irati, 84505-677 Irati- PR, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.21270/archi.v10i4.4956

Palavras-chave:

Audição, Fonoaudiologia, Música, Ruído

Resumo

Introdução: Academias de ginástica utilizam músicas em intensidade elevada como forma de motivação para as atividades físicas, apesar disto muitos jovens optam por utilizar simultaneamente, fones de ouvido de seus estéreos pessoais. Objetivo: Investigar os efeitos auditivos e extra-auditivos causados pela música amplificada por estéreos pessoais com fones de ouvido durante atividades físicas. Metodologia: Participaram do estudo 31 adultos frequentadores de academias, usuários de estéreos pessoais. Foi aplicado questionário para investigação de efeitos auditivos e extra auditivos e realizada medição do nível de ruído ambiente da academia e dos estéreos pessoais de cada participante. Resultados: A maioria dos participantes utiliza fones de ouvido de uma a duas horas diárias nas academias, com maior frequência de cinco a seis dias por semana. Alguns participantes apresentam no cotidiano sintomas de redução da audição e plenitude auricular, bem como irritação e dor de cabeça. Os efeitos auditivos mais relatados após o uso de estéreos pessoais foram a plenitude auricular, redução da audição e zumbido, enquanto os efeitos extra auditivos mais relatados foram a dor de cabeça e a insônia. Observou-se que o NPS dos estéreos pessoais, usados simultaneamente ao som da academia, teve média de 95,4 dBNPS e quanto ao ruído ambiente das academias, a média foi de 78,1 dBNPS. Conclusão: As queixas auditivas e extra auditivas relatadas após o uso de fones de ouvido, continuaram sendo as mesmas do cotidiano, como plenitude auricular, dor de cabeça e insônia, mas com maior incidência.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Barcelos DD, Dazzi NS. Effects of the mp3 player on hearing. Rev CEFAC. 2014;16(3):779-91.

Andrade IFC, Russo ICP. Relationship between audiometric findings and auditory and extra-auditory complaints of physical education teachers. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2010;15 (1):167-73.

Copeland BL, Franks BD. Effects of types and intensities of background music on treadmill endurance. J Sports Med Phys Fit. 1991;31: 100-3. apud. Santana, Luiz Diego Barreto. A influência da música na prática da musculação. Trabalho de Conclusão de Curso (graduação em Educação Física) – Universidade Estadual da Paraíba. 2014.

Szmedra L, Bacharach DW. Effect of music on perceived exertion, plasma lactate, norepinephrine and cardiovascular hemodynamics during treadmill running. Int J Sports Med. 1998;19(1):32-7.

Silva CL, Souza MF, Rossi Filho S, Silva LF, Rigon ACC. Leisure physical activity and health: a systematic review. Mudanças. 2017;25(1):57-65.

Simera MA. Avaliação audiológica, metabólica e de qualidade de vida no indivíduo jovem com zumbido usuário de estéreo pessoal [dissertação]. Marília: Faculdade de Filosofia e Ciências, UNESP; 2015.

Santana PDF, Mascarenhas WN, Borges LL, Camarano MRH. Hábitos de jovens usuários de dispositivos eletrônicos individuais e sintomas advindos da exposição à música em forte intensidade. EVS. 2015;42(3):315-26.

Swensson JRP, Swensson RP, Swensson RC. Ipod®, mp3 players and hearing. Rev Fac Ciênc Méd. 2009;11(2):4-5.

Leal SB, Silva SV, Momenshn-Santos TM, Fonseca ABM. Educational system to estimate the sound levels of earphones in teenagers. Distúrb Comum. 2018;30(4):759-66.

Mendes MH, Morata TC. Occupational exposure to music: a review. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2007;12(1):63-9.

Brasil. Ministério da Saúde. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Estratégicas. Perda Auditiva induzida por ruído (Pair). Brasília: Ministério da Saúde, 2006. (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Saúde do trabalhador; 5 Protocolos de complexidade diferenciada).

Araújo MF, Navarro F. Supplement consumption among fitness center user in Linhares, Espírito Santo, Brazil. Rev Bras Nutr Esp. 2008;2(8):46-54.

Silva JR, Gress FAG. The influence of music and musical rhythms in exercise endurance. Rev Acta Bras do Mov Hum. 2012;2(4):46-59.

Moura NL, Grillo DE, Merida M, Campanelli JR, Merida F. The relationship between music and motivation among women who practices gyminastic at fitness clubs. Rev Mackenzie Educ Fís Esp. 2007;6(3):103-18.

Gonçalves CL, Dias FAM. Audiological findings in young users of headphones. Rev CEFAC. 2014;16(4):1097-108.

Hanazumi A, Gil D, Iório MCM. Hearing habits and audiological evaluation in adults. Audiol Commun Res. 2013;18(3):179-85.

Park B, Choi HG, Lee HJ, An SY, Kim SW, Lee JS et al. Analysis of the prevalence of and risk factors for tinnitus in a young population. Otol Neurotol. 2014;35(7):1218-22.

da Luz TS, Borja AL. Hearing symptoms personal stereos. Int Arch Otorhinolaryngol. 2012;16(2):163-69.

Dias A, Cordeiro R, Corrente JE, Gonçalves CGO. Association between noise-induced hearing loss and tinnitus. Cad Saúde Pública. 2006;22(1): 63-8.

Coelho CB, Sanchez TG, Tyler RS. Tinnitus in children and associated risk factors. Prog Brain Res. 2007;166:179-91.

Fiorini AC. Efeitos Não Auditivos Do Ruído. In: Boéchat EM, Menezes PL, Couto CM, Frizzo ACF, Scharlach RC, Anastasio ART (org). Tratado de Audiologia. Capitulo 26. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2015.

Lacerda ABM, Morata TC, Fiorini AC. Characterization of sound pressure levels in fitness centers and complaints from instructors. Rev Bras Otorrinolaringol. 2001;67(5):656-59.

Norma Regulamentadora 15. Atividades e operações insalubres, CLT Capítulo V, Título II. Diário Oficial da União 1978; 8 jun.

Oliveira GC, Silva CC. Nível de ruído nas aulas de ginástica e as queixas auditivas apresentadas pelos professores. Hórus. 2010;5(2):276-83.

Silva ED, Teixeira JAMS, Scharlach RC. Use of digital audio players by high school students: measurement of use intensity and usage habits. CoDAS. 2018;30(5):1-9.

Côrtes-Andrade IF, Souza AS, Frota SMMC. Distortion product evoked otoacoustic emissions study with individuals of a fitness gym. Rev CEFAC. 2009;11(4):654-61.

Vogel I, Brug J, Hosli EJ, Van Der Ploeg CPB, Raat H. MP3 players and hearing loss: adolescents perceptions of loud music and hearing conservation. J Pediatr. 2008;152(3):400-4.

Kim MG, Hong SM, Shim HJ, Kim YD, Cha CI, Yeo SG. Hearing threshold of korean adolescents associated with the use of personal music players. Yonsei Med J. 2009;50(6):771-76.

Cavalcanti TLO, Andrade WTL. Auditory and extra-auditory effects of noise on dentist's health. R Bras Ci Saúde. 2012;16(2):161-66.

Publicado

2021-04-07

Como Citar

Diedio, P. N., Amaral, M., & De Conto, J. (2021). Ruído no lazer: uso de estéreos pessoais com fones de ouvido durante atividades físicas. ARCHIVES OF HEALTH INVESTIGATION, 10(4), 654–660. https://doi.org/10.21270/archi.v10i4.4956

Edição

Seção

Original Articles