Barreiras na Avaliação da Dor Orofacial em Pessoas com Deficiência Intelectual: Repercussões na Qualidade de Vida e Desafios Diagnósticos

Autores

  • Guilherme Gentil de Oliveira Bacharel em Odontologia, Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho (UNESP) 16015-050 Araçatuba - São Paulo, Brasil https://orcid.org/0009-0005-2398-0130
  • Marcella Santos Januzzi Doutoranda, Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Odontologia de Araçatuba, 16015-050 Araçatuba – SP, Brasil https://orcid.org/0000-0001-7213-5738
  • Karina Helga Turcio de Carvalho Professora Assistente Doutora, Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Odontologia de Araçatuba, 16015-050 Araçatuba – SP, Brasil https://orcid.org/0000-0002-5663-2029

DOI:

https://doi.org/10.21270/archi.v14i10.6682

Palavras-chave:

Qualidade de Vida, Dor Facial, Saúde Bucal, Acesso Efetivo aos Serviços de Saúde, Assistência Odontológica, Deficiência Intelectual

Resumo

Introdução: Pessoas com deficiência intelectual apresentam maior vulnerabilidade em saúde bucal, frequentemente marcada por dor orofacial de difícil detecção e manejo. Objetivo: Integrar as evidências sobre a avaliação da dor orofacial em indivíduos com deficiência intelectual, destacando repercussões na qualidade de vida e barreiras de acesso ao cuidado odontológico, com ênfase nos desafios decorrentes da ausência de instrumentos específicos e validados. Metodologia: Revisão integrativa da literatura realizada nas bases PubMed, SciELO e BVS, entre 2000 e 2025, utilizando descritores em português, inglês e espanhol. Foram incluídos 21 estudos de diferentes delineamentos (observacionais, qualitativos, experimentais e revisões). A qualidade metodológica foi avaliada por instrumentos específicos: STROBE para estudos observacionais, COREQ para qualitativos, CONSORT para ensaios clínicos e PRISMA para revisões. Resultados: Identificaram-se quatro eixos temáticos centrais: (1) etiologias e manifestações da dor orofacial — cárie, doença periodontal e DTM; (2) impactos funcionais e psicossociais na qualidade de vida — sono, alimentação, socialização e autonomia; (3) barreiras na avaliação da dor, ligadas à falta de instrumentos validados e às dificuldades de comunicação; (4) desafios no cuidado odontológico, influenciados por fatores estruturais, familiares e atitudinais. Conclusão: Há escassez de instrumentos específicos para mensuração da dor orofacial em pessoas com deficiência intelectual e ausência de estudos longitudinais. Este trabalho integra dor, qualidade de vida e barreiras de avaliação, reforçando a necessidade de estratégias preventivas, protocolos adaptados e ampliação do acesso ao cuidado odontológico inclusivo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

1. World Health Organization. International classification of functioning, disability and health (ICF). Geneva: WHO; 2001.

2. Chalid M, Riyanti E, Soewondo W, Andisetyanto P, Rikmasari R, Rakhmatia YD, et al. The relationship between parenting stress and parents' level of education, knowledge, and attitude regarding dental and oral health maintenance in children with intellectual disabilities. Clin Cosmet Investig Dent. 2025;17:259-267.

3. Auerbacher M, Krämer S, Schmidt P, Schulte AG, Kaschke I, Schwendicke F, et al. Oral health of individuals with intellectual disabilities: a global cross-sectional study from the special olympics world games 2023. Clin Oral Investig. 2025;29(5):252.

4. List T, Jensen RH. Old ideas and new concepts in temporomandibular disorders: what’s new? J Oral Rehabil. 2017;44(12):951-8.

5. Szmirnova I, Szmirnov G, Gellérd E, Németh Z, Kivovics M, Szabó G. Challenges and strategies in dental care for patients with intellectual disabilities in Hungary. Maxillofac Plast Reconstr Surg. 2025;47(1):8.

6. Rech BO, Borges ACC, Tenório JR, Souza BDM, Camargo AR. Bridging the Gap in Orofacial Pain Assessment for Individuals With Intellectual Disabilities: A Systematic Review of Validated Tools. Spec Care Dentist. 2025;45(5):e70097.

7. Lazzuri DD, César CPHAR, Baldrighi SEZM. Deficiência intelectual: produção científica acerca das características miofuncionais orofaciais. Distúrb Comun. 2014;26(4):802-12.

8. McGuire BE, Daly P, Smyth F. Pain in people with an intellectual disability. Curr Opin Psychiatry. 2013;26(3):270-5.

9. Delwel S, Scherder EJA, de Baat C, Binnekade TT, van der Wouden JC, Hertogh CMPM, et al. Orofacial pain and its potential oral causes in older people with mild cognitive impairment or dementia. J Oral Rehabil. 2019;46(1):23-32.

10. Pupo YM, Reis GES, Dezanetti JMP, Fanderuff M, Schossler TL, Petterle RR, et al. Prevalence of clinical signs and diagnosis of temporomandibular disorders in adults with intellectual disability. Rev odontol UNESP. 2024;53:e20240031.

11. Tefera AT, Bekele BG, Aniley Z, Adane A, Ayele TA, Getahun KA, et al. Prevalence and predictors of malocclusion among students in special needs schools in Amhara region, Ethiopia. BMC Oral Health. 2025;25(1):817.

12. Vitor CAA, Ortega AOL, Ferreira ACFM, Silva CAL, Gallottini MHC, Santos MTBR. Pressure pain threshold of masticatory muscles in children and adolescents with and without intellectual disability: a pilot study. Eur Arch Paediatr Dent. 2021;22(4):587-93.

13. Sessiz R, Ayan G, Sezer B, Tosun I. Evaluation of oral health and dental hygiene habits in adolescents with intellectual and developmental disabilities: a longitudinal pilot study. Quintessence Int. 2025;56(5):402-10.

14. Rothschild AW, Ricciardi J, Luiselli J. Assessing pain in adults with intellectual disability: a descriptive and qualitative evaluation of ratings and impressions among care-providers. J Dev Phys Disabil. 2019;31:219-30.

15. Weissman-Fogel I, Granovsky Y, Bar-Shalita T, Hayat H, Peleg S, Defrin R. Pain experience of adults with intellectual disabilities: caregiver reports. J Intellect Disabil Res. 2015;59(10):939-51.

16. Genik LM, Pomerleau CA, McMurtry CM, Breau LM. Pain in children with intellectual disabilities: a randomized controlled trial evaluating caregiver knowledge measures. Pain Manag. 2017;7(3):175-87.

17. Yamaguchi M, Yamada K, Iseki M, Karasawa Y, Murakami Y, Enomoto T, et al. Insomnia and caregiver burden in chronic pain patients: a cross-sectional clinical study. PLoS One. 2020;15(4):e0230933.

18. De la Vega R, Groenewald C, Bromberg MH, Beals-Erickson SE, Palermo TM. Chronic pain prevalence and associated factors in adolescents with and without physical disabilities. Dev Med Child Neurol. 2018;60(6):596-601.

19. Radha G, Jha A, Swathi V. Oro-facial pain perception and barriers to assess oral health care among the children with intellectual disability: a cross-sectional study. J Indian Assoc Public Health Dent. 2015;13(3):292-6.

20. Fujiwara A, Ida M, Watanabe K, Kawanishi H, Kimoto K, Yoshimura K, et al. Prevalence and associated factors of disability in patients with chronic pain: an observational study. Medicine. 2021;100(40):e27482.

21. Sabater-Gárriz Á, Gaya-Morey FX, Buades-Rubio JM, Manresa-Yee C, Montoya P, Riquelme I. Automated facial recognition system using deep learning for pain assessment in adults with cerebral palsy. Digit Health. 2024;10:20552076241259664.

Publicado

2025-10-14

Como Citar

Oliveira, G. G. de, Januzzi, M. S., & Carvalho, K. H. T. de. (2025). Barreiras na Avaliação da Dor Orofacial em Pessoas com Deficiência Intelectual: Repercussões na Qualidade de Vida e Desafios Diagnósticos . ARCHIVES OF HEALTH INVESTIGATION, 14(10), 2898–2904. https://doi.org/10.21270/archi.v14i10.6682

Edição

Seção

Original Articles